Um Blog Despretencioso Sobre Lógica Feminina: meus pensamentos, minhas ideias, meus sentimentos e até minhas experiências, que em muitos casos não tem a menor lógica, mas deixa eu achar que sim, pô! Afinal, não precisa ter lógica para ser interessante!
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Há algo de podre no Reino da..... Inglaterra
Até que enfim, hoje aconteceu o "casamento do século". Gente! Não aguentava mais zapear na TV e ter 1.972 programas sobre o tão esperado casamento de Kate Middleton e o Príncipe William.
Até canais "sérios", como o Discovery Channel, fizeram documentários sobre o casamento.
Nunca entendi muito bem essa fascinação que a monarquia inglesa exerce sobre as pessoas e não entendo também por que todo mundo quer acompanhar de tão perto os detalhes. Fico com a ligeira impressão que, esse alvoroço todo, é quase que uma histeria coletiva. Quase que um comportamento inconsciente da galera que, ao ver um casamento real, fica com a esperança de que contos de fadas existem. Bem na vibe dos desenhos da Disney.
Li na revista "Mundo Estranho" do mês de maio (que já saiu e eu já comprei porque AMO essa revista), que esse casamento foi calculado em R$ 33 milhões, sem contar com o gasto estimado em segurança para o evento (R$ 53 milhões), mas que foram contados à parte por ser um gasto público. (Oi?)
Os tablóides ingleses fizeram a festa nos últimos meses recheando suas notícias sobre qualquer coisa a respeito de Kate. Que de plebéia, magrinha e bonitinha, tornou-se A princesa, o ícone de moda, a pessoa mais importante do planeta.
Ouvi na TV, outro dia, que o anel de noivado da Kate foi copiado e está sendo vendido por R$ 3,00 na Vinte Cinco de Março em São Paulo. O vestido azul que ela usou no comunicado à imprensa, sobre o noivado, foi copiado exaustivamente mundo afora.
Já vi de tudo sobre esse casamento e juro que acho graça. Vem cá... Desde quando me interessa com qual roupa, a então noiva, foi em um determinado evento? Se que ela poderá suceder a Princesa Diana (mãe do Príncipe William) no coração do povo? Acho isso tão brega, mas tão brega, que me dá vergonha alheia. Debates infinitos e vazios sobre o assunto. Se eu fosse uma jornalista e tivesse que comentar AO VIVO o casamento e falasse "A rainha não sorri, será que ela está satisfeita com o casamento?", eu rasgaria meu diploma na hora e ia vender Jequiti. (Isso aconteceu, tá gente?)
Se, quando eu era pequena, não gostava de histórias de princesas e príncipes (Adendo: a única Barbie que tive na vida, teve seus cabelos ruivos cortados bem curtinhos e seus braços tatuados com canetinha), não vai ser agora que eu vou achar interessante esse tipo de coisa.
O que teve de bancas de apostas sobre qual tipo de bolo seria servido, com qual vestido ela se casaria, quem estaria na lista de convidados e etc. não está no gibi! Rolou venda de canecas comemorativas, venda de chicletes especiais para comemorar o casamento... Foi até lançado um iPhone Royal Wedding Collection.
Por que será que as pessoas precisam idolatrar tanto esse tipo de coisa? Carência? Falta do que fazer? Vazio interno? Não tenho a pretensão de dizer, mas como já disse, acho tudo isso muito esquisito.
Muitos dos comentários que ouvi ou li se referem à sorte grande que Kate teve por se casar com o Príncipe William.
Eu, apesar de ser mulher, não acredito em contos de fadas, então digo logo: eu, se fosse essas mulheres que afirmam essa sorte grande, não teria tanta certeza disso, a ponto de me espelhar na Kate. Estou sendo muito ranzinza em lembrar que Kate se casou com um homem que carrega 50% da genética do Príncipe Charles? Eu não soltaria foguetes em saber que o Príncipe William foi criado em um ambiente de mulheres duronas, dominadoras e que passam a impressão de amargura.
Ok! O Príncipe William também carrega a genética da Princesa Diana, muito amada pelo povo e que correu o mundo com suas obras sociais. Desculpem-me os defensores ferrenhos de Diana, mas nunca vi nada demais nela, inclusive, muito me incomodava aquele olhar triste dela, quase que vitimizada por ser "massacrada" pela família real e por ser traída publicamente.
Em uma entrevista, Diana disse que desenvolveu bulimia nervosa, porque seu casamento era composto por três pessoas - ela, o Príncipe Charles e Camilla Parker Bowles. Ok! Isso dói e MUITO, mas ela tinha mais é que mandar todo mundo para o cacete e sair cheirando à lavanda. O que ela fez? Ok! Ela se separou, mas foi chorar para a imprensa inglesa - que todo mundo sabe que gosta é de sangue derramado.
Conclusão: ela continuou no centro dos holofotes, não podia peidar que todo mundo sabia, não pôde dar em paz para o Dodi Al-Fayed e tudo terminou em uma morte trágica em um túnel na França, enquanto Camilla se reservou e casou-se com o Príncipe Charles. Grande final feliz para o "conto de fadas" que foi televisionado e assistido por milhões de pessoas em 1981 e que também gerou esse alvoroço todo.
Voltando ao casamento de hoje, vou dar uma opinião pessoal: tem algo errado com essa Kate. Ela tem uma pinta de "chave de cadeia" que brilha em neon na sua testa. Não a acho tão bonita, elegante, charmosa... Claro que eu sei que ela tem algo especial, já que o Príncipe William quis casar com ela, mas eu não vejo, a acho uma mulher comum, normal, bonitinha até. Aliás, eu prevejo sim que esse casamento ainda vai ajudar muito a imprensa sensacionalista. Principalmente porque as comparações dela com a Diana são inevitáveis.
A monarquia inglesa é POP. Nada mais que um adorno na sala. Chama atenção, cria moda, enche os jornais de notícias, vende revista, mas não faz absolutamente nada de relevante para o mundo. Uhú!
Bom, graças a Deus, o pior já passou. Terei que aturar só mais alguns dias com debates sobre o casório, as roupas usadas e tchau. Volta e meia a Princesa Kate aparecerá usando aqueles chapéus horrorosos em algum evento beneficiente, desfilando sua anorexia (Aquela menina come alguma coisa além de pedra de gelo?), mas nada que eu não consiga conviver.
Como disse anteriormente, não gosto de idolatrias, seja de qualquer espécie. Tenho prazer de ser e usar aquilo que tem a ver comigo - já até falei sobre isso em um post anterior. É estranho copiar o que Fulana ou Cicrana usou, é estranho acompanhar a relação de um outro casal.
Posso garantir: muitas das pessoas que acompanharam o casamento emocionadas e que estão transformando a Kate em um ícone, estão esperando ansiosamente qualquer deslize dela para jogá-la aos leões.
Eu não irei me surpreender caso a Kate faça alguma cagada. Ela tem carinha de sonsa. E mesmo que ela não seja o que a minha imprensão diz, poxa! Ela é humana!
Mas, enfim, como romântica que sou, espero de verdade que ela tenha se casado por amor e que eles sejam felizes. É sempre isso que espero, não importa se o casal é da realeza ou é um casal que conta moedas para poder pagar as contas.
No site "Ego" (site este que me dobro de rir), li agora há pouco que Luciana Gimenez acompanhou o casamento e que postou várias vezes no Twitter que o vestido de Kate é igual ao que ela usou em 2006 no seu casamento com Marcelo de Carvalho: http://ego.globo.com/Gente/Fotos/0,,FTE1028-15707,00-LUCIANA+GIMENEZ+COMPAROU+SEU+VESTIDO+DE+NOIVA+AO+DE+KATE+MIDDLETON+QUAL+O+M.html . Está rolando até uma enquete para saber qual vestido os internautas acham mais bonito.
Bom, no quesito "dar golpe em inglês" a Luciana entende, vai ver que não é só o vestido que as fazem parecidas. (Veneninho básico detected)
A diferença é que Luciana transou com um maracujá de gaveta magrela, enquanto Kate irá dividir sua cama com um loiraço de 1,90 e quiçá poderá ser a próxima rainha.
Felicidade ao casal Kate e William, mas por favor, vamos mudar de assunto porque já deu no saco!
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Direito de resposta
Hoje aconteceu uma coisa muito engraçada.
Existe um site que eu adoro: http://www.jacarebanguela.com.br/. É um site de humor com tiradas engraçadíssimas sobre notícias que acontecem no mundo, com vídeos engraçados, fotos, tirinhas e etc. Todo dia é de praxe eu ir lá para rir. Acho que já ficou claro - em função de outros posts que já escrevi - que adoro pessoas bem humoradas, principalmente com sacadas inteligentes.
Pois bem, nesse site, toda sexta-feira, o autor coloca um post com o título "Vadiagem Malemolente". Nesse post há uma lista dos mais variados assuntos com links, para que o dono do site divida conosco o que ele garimbou na internet e achou interessante.
Por algum motivo, esse post foi colocado ontem (quarta-feira) e eu fui olhar a lista para ver se havia algum título que me interessasse e, assim, eu acessasse o link. Quem quiser conferir esse post basta acessar: http://www.jacarebanguela.com.br/2011/04/26/vadiagem-malemolente-161/
Lá estava eu olhando a lista e acessando os links bacanas, quando me deparei com um com o seguinte título: "8 tipos de mulheres que irritam os homens". CLARO que fui olhar no intuito de dar muitas gargalhadas e MUITO PROVAVELMENTE concordar com o que havia sido listado.
Desculpe mulheres, sou mulher, adoro ser mulher, mas tem determinados comportamentos que são irritantes mesmo.
Enfim, fui parar no blog chamado "Testosterona", cujo o endereço é esse: http://testosterona.blog.br/. Já achei engraçado que logo no topo da página, aparece a descrição "O Blog do Macho Moderno". Curiosa e interessada no que o autor do blog tinha a dizer sobre as tais 8 tipos de mulheres que irritam, fui ler.
Primeiro li cada subtítulo e já comecei a rir. Ele enumerou os seguintes tipos de mulheres que irritam:
- A Ciumenta
- A Viciada em Dieta
- A Mimadinha Carente
- A Interesseira
- A Dramática Chorona
- A Bipolar
- A Exibida Polar
- A Feia que se acha
Pois eu estava certa...
Fui ler então a descrição de cada uma...
Para início de conversa "O Blog do Macho Moderno" só pode ser brinks. Porque de moderno o dono do blog não tem nada. É machista, babaca e absurdamente grosseiro.
Querem exemplos? Ok! Além dos exemplos, terei, COMO MULHER, o meu direito de resposta.
Sobre a Viciada em Dieta: "Toda mulher já é paranóica por natureza, mas as viciadas em dietas são um tipo particularmente irritante. Preocupadas sempre com calorias e com seu peso, essas mulheres fiscalizam nosso estimado churrasco e boicotam aquela pizza sagrada no final de semana. Ninguém tem culpa que você tem tendência a engordar, azar o seu."
Minha resposta: Pois é, seu MANÉZÃO, sabe porque muitas mulheres são viciadas em dietas? Porque muitos homens só se interessam por mulheres magras e saradas, não importando se são burras, babacas ou idiotas. Muitos homens só se importam com isso. Claro que não vou ser hipócrita, admito que o que é bonito é para se olhar, mas daí a tratar as gordinhas como se fossem leprosas, é, no mínimo, indício de que de VERDADEIRA mulher você não entende nada. Ou será que é implicância da minha parte afirmar que já vi muitos homens largarem namoradas bacanas ou as trairem só para poderem comer uma gostosa do trabalho, mesmo que essa não consiga construir uma frase? Ah! Um adendo: muitas mulheres fiscalizam o que vocês homens comem, porque estão preocupadas com a saúde de vocês, já que é de conhecimento geral que muitos homens não vão à médicos, raramente fazem exames e quando ficam "gripadinhos", gemem e fazem drama como se estivessem à beira da morte. Ou você não sabe o índice de homens que tem ataques cardíacos ou o número de homens que morrem de câncer de próstata, porque tem "medinho" de colocar sua sexualidade em dúvida só porque tem que ir ao urologista?
Sobre a Mimadinha Carente: "Homem não é psicólogo, nós não queremos saber dos seus problemas no trabalho, nem da rede de conspiração mundial que as suas amigas falsas planejaram contra você. Ver filme abraçadinho enche o saco depois de 20 minutos e não vou assistir o programa do Rodrigo Faro só porque você gosta dessas merdas, pode chorar o quanto quiser."
Minha resposta: Pois é, caro colega... Iremos chorar o quanto quisermos sim, mas no ombro de outro homem que sabe que ouvir a parceira, não dá a ele um diploma de psicologia e sim um diploma simbólico de homem com H maiúsculo. Relacionamento é sexo, beijo na boca e etc., mas acima de tudo é parceria. É, pelo menos, tentar entender o que o outro sente, pensa e acha. Eu, por exemplo, também não gosto do programa do Rodrigo Faro que você ironicamente citou. Mas, sei que sou capaz de assistir pela milésima vez o gol do Romário na Copa, só porque sei que vocês gostam daquilo. Isso não é submissão e tão pouco falta de personalidade, é apenas a capacidade de doar. Ah! Antes que eu me esqueça: se para você ficar abraçadinho depois de 20 minutos cansa, gostaria de informar que essa mania de vocês de sexo anal também cansa, essa mania de vocês de quererem transar mesmo sabendo que estamos com problema também cansa... Por isso, que o homem que escuta uma mulher (aquele que citei acima) é que vai dar, além do ombro para chorar, muito mais coisas interessantes. Putz! Além de machista, é buuuuurro... Fica a dica: sabia que as prostitutas, quando dão entrevistas, afirmam, com categoria, que são muitos os homens que pagam para conversar com elas? Irônico, não acha?
Sobre A Interesseira: "Nós sabemos que você está com a gente porque temos dinheiro e carro do ano, sabemos que adoram sexo depois de um jantar num restaurante caro, mas não custa nada disfarçar, né? Contar vantagem para suas amigas de como você se aproveita dos nossos bens é irritante. Seja discreta com relação a isso."
Minha resposta: Ah! Com essa sua discrição eu fui obrigada a gargalhar... Deixa eu ver se entendi bem: você SABE que uma mulher só sai com você por causa do seu dinheiro e não é isso que irrita e sim o fato dela propagar isso para as amigas. Quer dizer então que é legal mulher interesseira, contanto que ela seja discreta? Sabe o que é, benhê? É que mulher quando sai com um homem só por causa do seu dinheiro, não tem nada a declarar de interessante sobre você a não ser isso. As mulheres interesseiras (que eu abomino), pelo menos estão sendo honestas ao declarar os reais motivos por estarem aturando um babaca como você, que não tem nada a oferecer além da conta bancária. Você quer que elas façam o quê? Finjam que estão saindo com você, porque você é encantador? Propaganda enganosa? Pensa bem: é melhor essas mulheres propagarem UMA PARTE da verdade, do que sairem por aí dizendo que foram jantar caviar, que ganharam uma bolsa Louis Vitton, andaram numa Mercedes SLK, mas que só teve isso de bom, já que você, muito provavelmente, trepa MUITO mal.
Sobre A Feia que se Acha: "Tem muita mulher no mundo que só porque o homem não está dando em cima dela, acha que tem obrigação de fazer cu doce. Mulher feia tem a obrigação de ser fácil. Se você é feia e está sendo cantada, lembre-se que já estamos fazendo um favor. Pare de se achar a gostosona."
Minha resposta: Você finalizou muito bem seu post. Apenas confirmou o que eu falei sobre muitos homens que só se preocupam com a aparência física da mulher, mas... Continuando: quer dizer então que a bonitona, magra e sarada tem o direito de fazer "cu doce", mas a que você considera feia não? Tive a impressão que esse seu comentário está diretamente ligado ao fato de que você cantou todas as bonitas do local, todas cagaram para a sua presença e que, já no final da noite, cansado de tanto gastar saliva, vai para cima de uma feia e espera que ela retribua a sua cantada só para não passar vexame de ficar sozinho. Pois é... Por acaso você sabe que tem muita "mulher feia" que se acha gostosa porque realmente é? Se você diz que está fazendo um favor em cantar uma mulher feia, parabéns! Isso significa que você pode estar concorrendo ao prêmio Nobel da paz, mas... Desculpa, tá? Quem faz caridade é Madre Tereza de Calcutá e não mulheres que, mesmo feias a seu ver, são bem resolvidas. Afinal, essas mulheres não estão no mundo para facilitar a vida de babacas como você, que, de acordo com tudo o que você escreveu, deve cheirar à pizza de calabresa com cebola, ser insensível, machista, egocêntrico, preconceituoso, babaca e só tem sua carteira para oferecer.
Ufa! Desabafei (risos)! Que sujeitinho mais ordinário... Consigo imaginar a cena dele escrevendo esse post e rindo, já imaginando que seus amigos comparsas o irão considerar o "Rei".
Ainda bem que, diferente dele, não generalizo e sei que há muitos homens que identificam as chatices feminas sim (afinal, eu mesmo já admiti que existem coisas irritantes), mas não rotula e nem usa isso como trampolim para se sentirem superiores.
Bom, como você foi "bondoso" ao afirmar que faz um favor ao cantar as feias, vou ser bondosa também e vou te dar uma dica: fica aí mesmo saindo com mulheres bonitas, magras e interesseiras, que as mulheres interessantes e realmente gostosas vão transar, virar olhinhos, apoiar, amar, se apaixonar por todos aqueles que não aplaudem homens como você.
Ah! Outra coisa: nem engraçado você é. Sorry!
terça-feira, 26 de abril de 2011
O homem perfeito
Quando eu era mais nova, bem mais nova, eu gostava de ficar imaginando como deveria ser o homem perfeito: alto, não muito forte, meio tímido (sempre tive uma queda pelos tímidos), inteligente, bonito, mega carinhoso... E outras coisinhas mais. Mulher tem mania de romantizar tudo e eu não fujo à regra.
A única regra que eu nunca participei foi gostar dos "Bad Boys". Sempre os achei caricatos, bobos. Mas, mesmo sendo assim, não deixei de tomar muitas quedas nas relações amorosas: já vivi amores platônicos, já fui corna (Oi? Tem alguém que não tenha sido?), já sofri horrores, já quase desidratei de tanto chorar, já mofei ao lado de um telefone que não tocava... Enfim, sou uma entre milhões de pessoas que tentam sobreviver - e entender - a relação homem-mulher.
Apesar de tudo isso, tive momentos lindos, que só quem amou e foi amada sabe como é. Tocar a pele de quem se ama é algo quase espiritual. Não há PROZAC no mundo capaz de fazer os olhos brilharem, como o ser amado é capaz de fazer.
Sei que sou uma romântica incurável, mas não daquelas de chorar em cenas de filmes de comédia romântica (que aliás acho um pé no saco). Sou uma romântica incurável porque sei a sensação maravilhosa de deitar no peito do homem amado.
Enfim, como eu ia dizendo: quando era mais nova eu tinha uma listinha imaginária de como seria o "The One", aquele que abalaria todas as minhas estruturas.
O tempo passou, a maturidade chegou à fórceps e hoje sei que muito do que eu desejava num homem era pura balela.
O homem perfeito, para mim, não precisa ter o físico de um Deus grego, mas seu corpo tem que ter o poder de me acalentar, me excitar, me envolver, fazer-me protegida, se encaixar ao meu.
O homem perfeito não tem que ser engraçado e nem tão pouco piadista, mas tem que ter o refinado humor de lidar com as adversidades da vida. Tem que saber achar graça de si mesmo.
O homem perfeito não tem que ser inteligente à ponto de citar frases completas de Nietzsche, mas tem que ter uma conversa variada, que vá além da escalação da seleção brasileira de futebol. Tem que ser curioso, gostar de aprender, ler, me ensinar.
O homem perfeito não tem que ser sensível a ponto de chorar bicas ao assistir um filme europeu sobre a 2ª Guerra Mundial, mas tem que ter a sensibilidade de perceber o que não é dito em palavras. Tem que ter empatia com a dor do outro, tem que amar a mãe... Fica a dica: a maneira como ele trata a própria mãe, é a maneira como ele irá lhe tratar. Ok! Muito Freudiano essa afirmativa, mas é fato.
O homem perfeito não tem que ser o "El Comedor" ou "A Pica das Galáxias". Tem que gostar de dar e receber prazer, não tem que ter preguiça para explorar meu corpo. Tem que saber perceber os gemidos, os sussuros, os arrepios. Tem que me fazer sentir querida, desejada, admirada.
O homem perfeito tem que ter uma personalidade forte, mas isso, PELO AMOR DE DEUS, não significa ser grosso, babaca, otário, impaciente... Tem que ter a personalidade forte para não embarcar nos meus devaneios. Tem que ser decidido, a ponto de me dar sempre a certeza de que sou amada.
O homem perfeito não tem que ser rico e muito menos ficar me enchendo de presentes, mas tem que ter estabilidade financeira para que JUNTOS possamos traçar planos. Cumplicidade é algo que não se compra.
O homem perfeito tem que saber mentir quando eu perguntar se ele percebeu que eu engordei. Aquele tipo de mentira gostosa que subjetivamente diz "Não tô nem aí que você engordou ou fica feia com essa saia. Eu gosto de você e o resto é bosta".
Será que sou exigente demais? Não sei, mas gosto de acreditar que esse "homem perfeito" está por aí distraído, também à procura de uma "mulher perfeita". E que essa "mulher perfeita" seja eu.
Não estou mais na flor da idade e coleciono algumas ruguinhas ao redor dos olhos e celulites. Às vezes sou carente e também insegura, tenho um gênio forte e às vezes cabeça-dura.
Estou longe de ser perfeita, mas posso garantir que tenho o coração aberto para tentar fazer da relação uma "imperfeição" de prazeres, sorrisos, companherismo, adaptação, lealdade e, claro, com alguns "pitis", afinal de contas eu tenho muitos defeitos, mas mentirosa eu não sou.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Dia do amigo
Existem alguns tipos de sentimentos que considero nobres, mas de todos, considero a AMIZADE algo que sublima qualquer tentativa de explicação.
Amo meus amigos com todas as forças do meu coração! Não são muitos, é claro, mas são únicos, insubstituíveis!
Percebo que as pessoas confundem muito a definição de amizade... Ser amigo não é só sair para tomar um chopp, se ver todo dia, confidenciar suas artimanhas sexuais e/ou emocionais, viver enfurnado na casa do outro, dar palpites sobre a sua vida...
Amigo é colo, é aconchego, é puxão de orelha, é aprendizado... Amigo é troca, é lágrima, é risada... Amigo é silêncio na hora certa, é um discurso sem fim, é abraço apertado, é um encontro de almas!
Por isso que considero a amizade como algo tão belo. Ela pode existir nos mais variados tipos de relações: ser amigo da mãe e/ou pai, ser amigo do namorado, marido, noivo ou amante, ser amigo do chefe, ser amigo do irmão e/ou irmã, ser amigo de um primo distante...
Conheço esse texto que irei postar abaixo há muito tempo e ele descreve - de maneira tão completa - como escolho meus amigos.
Não sei precisar quem escreveu. A internet às vezes pode deixar dúvidas e, na dúvida, não colocarei o autor ou autora, mas vale muito a pena ser lido:
"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril"
Dia do amigo é TODO DIA!!
Obrigada aos meus amigos por existirem e estarem na minha vida!
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Tem que doer para se ter algo interessante!
Vivemos numa sociedade onde somos cobrados, incansavelmente, a sermos sempre felizes. Não sei se funciona assim na Europa, mas aqui nas Américas é fato.
Essa felicidade é cobrada e para consegui-la você tem duas opções: ou se entrega a um surto consumista, comprando, por exemplo, toda a nova geração de maquiagens com “nano-ativos” ou consegue um acordo para ter a despensa da sua casa sempre cheia de remédios tarja-preta. (esclareço que essas duas opções podem, inclusive, coexistir).
Admito que sou uma grande boba em potencial. Gosto de rir, de gargalhar... Há situações em que me vejo rindo de coisas que ninguém acha graça.
Mas, que fique bem claro, não acho graça no “Pânico na TV”, “Zorra Total”, “A Praça é nossa” ou “CQC”. Gosto e rio de tiradas bem sacadas do cotidiano, das coincidências que me deparo...
Tenho, inclusive, uma característica muito forte de me auto-sacanear, brinco com os meus desprazeres sim e sei que isso acaba fazendo um bem enorme para a cútis, mas antes de chegar a esse nível, eu me permito ficar triste.
Que fique claro que não estou falando da tristeza crônica, aquela que é capaz de infestar um ambiente ou me deixar inerte a qualquer tipo de atividade, mas sim a tristeza do autoconhecimento. A tristeza real que qualquer ser pensante precisa ter e sentir para poder, mais adiante, produzir.
Por que quando estamos tristes chega sempre alguém e diz: “não fica assim não!”. Tudo bem se o seu cachorro morreu, seu marido te traiu, se você foi demitida... Fica assim não...
Fico sim, respeito as minhas dores! Permito que o tempo e o ato de pensar e repensar a façam passar. Não me venham pedir um sorriso largo se eu estiver com algum tipo de luto! Façam-me o favor!
Só que estar triste é algo repugnante para a sociedade. As pessoas não sabem lidar com quem está triste. Ficam sem graças, até incomodadas, perdem as palavras, tentam caricatamente nos fazer rir. Por que é assim?
Eu estava pensando nas pessoas que admiro...
Na música: “The Smiths”, “Joy Division”, “Madredeus”, “Echo and the Bunnymen”, entre outros. Na literatura: Oscar Wilde (na veia!), José Saramago, Clarice Lispector... Nas artes em geral: as fotografias em P&B de Cartier Bresson, as obras de Oscar Niemeyer, os quadros de Van Gogh e Monet...
Todos, sem exceção, têm uma pitada de tristeza – e em alguns casos “pitada” é até um jeito carinhoso de minimizar. E vejo que a tristeza, quando bem aceita e trabalhada, é uma mola propulsora para libertar uma criatividade que toca o coração.
Escute, por exemplo, Janis Joplin cantando “Piece of my heart”, Joy Division tocando “Love will tear us apart”. Leia as letras das canções de Morrissey (vocalista do “The Smiths”)… A tristeza está ali, nua e crua, latente, real, vivida e externada.
Tudo o que é muito alegre, me incomoda. Não gosto dessa busca pelo “american way of life” com cerquinha branca em volta de um jardim de rosas, do casal em comerciais de TV sempre magros, lindos e com sorrisos cativantes e largos. Isso tudo me é monótono. Não consigo achar que dessa felicidade é capaz de surgir algo realmente interessante.
Perceba à sua volta: as grandes maiorias das pessoas ditas felizes não são, mas fingem que são para poderem se encaixar nesse estereótipo e assim serem aceitas nessa histeria coletiva.
Quem é feliz o tempo todo, acaba sendo uma pessoa rasa. Tente entrar em si mesmo com coragem e verá que você irá se deparar com tristezas, com fantasmas. Claro que com alegrias também, mas perceba que você só aprendeu, amadureceu, parou para pensar quando algo lhe doeu.
Felicidade plena não existe. O que existe são momentos felizes. Se você ficar o tempo todo pulando que nem um mico de circo, tamanha essa felicidade caricata, não terá capacidade de perceber e vivenciar quando uma real alegria acontecer e que, muitas vezes, vem de forma sutil.
Será que as milhões de pessoas que pulam atrás de trio-elétricos, suadas, com as mãos para cima, gritando “Uhú” cada vez que uma nova música se inicia (e diga-se de passagem, essas músicas são de uma poesia... Af!) estão felizes? Tem lógica? Se aquilo ali, por exemplo, for felicidade, tô fora!
Permitam-se ficar tristes, assim como eu. Quem se permite ser o que é, de acordo com a experiência que está sendo vivida, consegue com mais facilidade juntar todas as peças do quebra-cabeça que compõe a mente. Vivencie todas as sensações sem medo.
Como já disse em um post anterior, Martha Medeiros é a minha “guru” e, por isso, finalizarei esse meu post com mais uma pérola de sabedoria dela:
“Há sempre o momento de pedir ajuda, de se abrir, de tentar sair do buraco. Mas, antes, é imprescindível passar por uma certa reclusão. Fechar-se em si, reconhecer a dor e aprender com ela. Enfrentá-la sem atuações. Deixar ela escapar pelo nariz, pelos olhos, deixar ela vazar pelo corpo todo, sem pudores. Assim como protegemos nossa felicidade, temos também que proteger nossa infelicidade. Não há nada mais desgastante do que uma alegria forçada. Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco. Disfarçar a dor é dor ainda maior.”
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Homofóbico? Vaza!
A homofobia é tão discutida, mas, infelizmente, só fica na teoria.
Outro dia desses, o programa CQC, no quadro "O povo quer saber", teve a presença do Deputado Jair Bolsonaro. Este - já conhecido há tempos pelo seu discurso racista, fascista e preconceituoso - deixou, mais uma vez claro, que é contra a homossexualismo e a favor da família.
Pera aí que eu quero entender: eu também sou a favor da família, mas desde quando família tem que ser composta por papai, mamãe, filhinho, filhinha, cachorrinho e etc. tal qual um comercial de margarina?
Isso tem lógica?
São várias justificativas que os preconceituosos usam para tentarem banir os homossexuais do mundo, mas a justificativa que mais vejo é a religiosa. Aos berros, os defensores "da moral e bons costumes" dizem que ser homossexual é um pecado digno de ir para o Inferno - bem na vibe da Divina Comédia de Dante - e que os homossexuais devem se redimir dos seus pecados. O que é isso? Malleus Maleficarum do século XXI? Vai rolar fogueiras em praças públicas?
Infelizmente, é da natureza do ser humano ser preconceituoso. Qualquer coisa é motivo para tacar pedras: se você for gordinho, se você usar óculos, se você for negro, se você tiver outra religião que não seja a da maioria... Se uma característica, então, estiver ligada à sexualidade, danou-se! Pra quê essa palhaçada toda?
Nesse assunto sou radical sim e assumo. Tenho verdadeiro horror a qualquer tipo de preconceito! Tenho mesmo! Para mim, os preconceituosos de qualquer espécie são todos um bando de palhaços e SEM GRAÇA NENHUMA!
Sobre homossexuais, por exemplo, já implico quando se falam sobre eles usando a expressão "opção sexual"!
Como assim "opção sexual"? Quer dizer então que ser homossexual é uma opção? Como se a pessoa estivesse numa padaria e escolhesse comer um bolinho de canela ao invés de um bolinho de banana?
Para mim não faz diferença se um homem apenas transa ou se apaixona por outro. Para mim não faz diferença se uma mulher apenas transa ou se apaixona por outra. Para mim não faz diferença se um homem e/ou mulher transam ou se apaixonam pelos dois sexos ao mesmo tempo.
Estão felizes? Ótimo! É apenas isso que REALMENTE importa para mim. Sei que sou uma romântica incurável, mas eu quero mais é ver todo mundo muito bem, vivendo as suas vidas, buscando aquilo que lhes dá prazer: seja no quesito profissional, emocional, sexual ou qualquer outra coisa.
Ok! Assunto debatido porque o Deputado Jair Bolsonaro fez o que sempre faz, ser estúpido, mas e? O que adianta ficar apenas discutindo sobre isso se homossexuais ainda são tratados como ET's?
Vale realmente a pena trazer à tona e dar espaço para pessoas preconceituosas? Há lógica em dar voz a elas?
Outro dia li um post da Clara Averbuck (mulher inteligentíssima e com um humor refinado) no blog dela: http://entretenimento.r7.com/blogs/clara-averbuck/page/2/ E achei bastante interessante o que ela postou, aproveitando esse furacão de opiniões sobre homossexualismo.
Nesse post, ela convida as pessoas a lerem o texto de Filipe Quintans. O texto é tão bem escrito - e que consegue ser leve apesar do assunto ser tão pesado - que irei publicá-lo aqui na íntegra:
"Já recebi ameaça de morte. Mais de uma, inclusive. Pela internet, pelo telefone, por carta, bilhete preso no para-brisa do carro. Como se percebe, nenhuma delas foi cumprida. Estou aqui, eles talvez também. Talvez fosse o mesmo cara, o que é bastante provável, mas duvido que ele tenha se dado ao trabalho. Jamais fui à polícia. Jamais consultei advogados. Jamais consegui medida judicial. Me preocupei em não fazer pública nenhuma das ameaças, todas recebidas num período de três anos.
Envolvia mulher, dinheiro, não tinha nada a ver com qualquer ato criminoso. Éramos, digamos, sócios num empreendimento, a coisa andava mal, a mulher não queria nada com meu sócio, and so it goes… Não sou Eddie Vedder mas ainda estou ‘alive‘.
E por que diabos eu comecei falando disso? Ah, sim. Queria escrever sobre homofobia contando uma história. Vocês sabem, e se não sabem tratem de saber, que há uma proposta de lei para criminalizar a homofobia (PLC 122). Eu concordo com algumas coisas da proposta, discordo de outras, mas em geral acredito que vá dar caldo transformar em crime uma prática tão odiosa quanto o preconceito aos gordinhos, negros, índios, albinos, corintianos etc.
Criado num lar homofóbico, ouvindo comentários homofóbicos e racistas numa base diária, eu tinha tudo para sair por aí, como muitos que conheço, “batendo em viado”. Não cheguei a tanto porque desde cedo fiz a conexão, por vezes demorada para alguns: não é eliminando o que eu não gosto que eu demonstro que não gosto. Simples. Um acontecimento, que revelo aqui pela primeira vez, foi o que mudou radicalmente tudo o que ouvi e fui doutrinado a pensar e que pautou a minha conduta quando o assunto é preconceito.
Corria o ano de 1995. Eu estava às turras com os estudos (quando não estive? me pergunto), só queria saber de guitarra, maconha e rock (não mudou muito, eu suponho); era visto no colégio como uma espécie de eminência parda: não era metaleiro, apesar do cabelo comprido e das roupas rastaquera; não era ‘bombado’ porque sempre odiei academias; não era bonito (continuo não sendo) então não era disputado pelas mulheres, apesar de tratar todas com educação e cavalheirismo peculiares à minha pessoa. Todo mundo me respeitava porque sabia que eu tinha sido expulso de três colégios, entre eles o Naval e um semi-internato barra pesada, e era o cara que “falava o que pensava” (ainda sou). Fiquei em paz por um longo tempo.
Lia muito, escrevia bastante, respondia aos professores quando contrariado ou quando achava que eles exageravam e sempre advogava em causas que julgava injustas. Nunca fui de botar galho dentro e, mesmo sabendo que iria apanhar, chamava para a porrada se assim julgasse necessário. Daí que, herói torto que era (péssimo aluno, mas gente boa), passei a ser uma espécie de porto seguro aos degredados: nerds, gordinhos e esquisitos de toda sorte sabiam que, perto de mim, eles estavam seguros.
Em 1996, entrou para o colégio um menino que chamarei daqui em diante de Mora. Inteligente, bonito e, caralho, gay assumido. Perdi as contas das vezes em que ele tinha que provar para os colegas que os pais não tinham nada contra, que ele podia ficar com o namorado, em casa, sem ser perturbado. Perdi a porra da conta. Como tocava violão e Mora cantava bem pra caralho, viramos uma dupla de recreio rapidinho. Fazíamos harmonias vocais, cantávamos coisas de boy bands, beatles, pop brasileiro dos anos 90. Trocávamos livros, vinis e passamos a andar juntos. Não tardou para que eu fosse tido como aquilo que era o pavor dos adolescentes suburbanos cariocas da década de 90 (e de tantas outras décadas): Filipe, o amigo do viado.
“Não tem vergonha não?”, me perguntou um dia um brucutu que hoje é guia turístico em Campos do Jordão. Não, não tenho. Tenho vergonha de tirar nota baixa, de não saber ler direito e de ser flamenguista na segunda-feira quando o Vasco dava um sacode no meu time. Dessas coisas eu tinha vergonha. E ainda tenho. De ser amigo – amigo mesmo – de um cara da minha idade, inteligente, talentoso para o canto e gay assumido, não.
A babaquice se prolongou por mais tempo que deveria até chegar ao ponto do insustentável. Mora chegou ao colégio um dia e me mostrou um bilhete deixado dentro de sua mochila no dia anterior. O bilhete dizia mais ou menos que se ele saísse do colégio sozinho (leia-se sem mim), morria. Disse-lhe que era besteira, que quem quer fazer essas coisas não manda recado (falo por experiência própria). Mais uma semana, mais um bilhete, e agora um rasgo na mochila do Mora, feito à estilete.
Começaram a sumir os cadernos dele, bem como seu material escolar, como estojo, régua, dicionário.
Vocês sabem, e se não sabem tratem logo de saber, que preconceituosos, de maneira geral, não param até que a vítima se veja louca. Dos pequenos atentados de colégio, passaram aos trotes telefônicos, às agressões físicas gratuitas em qualquer momento, dentro e fora de sala de aula, corredor polonês no banheiro masculino e demais. A coisa caminhou um pouco mais e eu vi meu amigo, com quem infelizmente não posso conversar hoje, definhando aos 17 anos de idade. Mora não comia, começou a tirar notas medíocres (para os padrões dele, normais para os meus padrões) e passou a beber e cheirar cocaína. Companheiro, me solidarizei em ambos os vícios e os dois quase acabaram comigo nos anos seguintes. Acabou com ele, certamente.
Mora se jogou da janela do próprio quarto e aterrisou no telhado de amianto da garagem do prédio. Quebrou as duas pernas, passou por nove cirurgias no rosto, ficou meses em coma. Morreu em dezembro de 98, sem ter voltado aos estudos, deformado e infeliz.
O leitor chega até esse último parágrafo e pensa que eu fiquei de sacanagem até aqui. Fiquei não.
Mora, apesar de um amigo querido, de quem sinto falta até hoje e, não minto, cuja lembrança me faz verter umas lágrimas que, macho que sou, não deixo rolar, cometeu um erro: tornou públicas as ameaças que sofreu. Deixou transparecer que aqueles imbecis estavam obtendo êxito, que realmente era só apertar que ele peidava. E ele peidou. Um deputado, mais conhecido (ou pelo menos mais lembrado) por ter vencido um reality show, recebeu, pela internet, 17 ameaças de morte recentemente. Fez públicas as ameaças, embora tenha tomado medidas legais e procurado a polícia. Burrice. Não se combate indigentes do pensamento jogando luz sobre eles e dizendo “vejam, que vergonha, o pastor Silas Malafaia, o Marcelo Dourado e as puta que os pariram, como são preconceituosos“.
Homofóbicos são como cogumelos: se alimentam de merda e devem viver no escuro, para sempre."
Depois dessa, sem mais!
Homofóbico? VAZA!
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Moda ou surto psicótico?
Toda mulher que se preze gosta de andar arrumada. E quando eu digo arrumada, não necessariamente vestida de CHANNEL da cabeça aos pés - com direito até esmalte da mesma marca. Eu digo estar vestida com roupas bacanas, que tenham a ver com seu estilo, que caiam bem no seu formato de corpo, que nos façam sentir bonitas.
Saber o que lhe cai bem não é uma tarefa das mais fácies. E, além do mais, tem que ter personalidade muito bem construída para não cair na besteira de usar uma roupa, por exemplo, que todas as famosas aparecem vestindo e que não fica bem em você.
Moda é até legal, mas tem que ter o mínimo de bom senso!
Eu fico louca, por exemplo, com essa avalanche de cores de esmaltes.
O esmalte preto - até bem pouco tempo atrás usado pelas rouqueiras, punks e darks - virou hit no mundo fashion. O problema é que deveria vir uma bula avisando que essa cor de esmalte só fica bonito para pessoas que têm todo um estilo, que tenham um tom de pele que combine, mas "viva a democracia".
Só que têm cores que não ficam bem em ninguém nem hoje e nem nunca.
Pelo amor de Deus, quem fica bonita com um esmalte verde Shrek? E quando a mulher coloca as unhas em tons de roxo ou lilás? Dá vontade de dizer: "Benhê, vá num médico porque você deve estar com algum problema circulatório!". Sem falar do rosa chiclete (quem tem fotofobia só pode olhar para essa cor usando óculos escuros), dos esmaltes amarelos (ai!) e das chamadas unhas artísticas: com bolinhas, xadrez... Aquilo ali é bonito?
E... Ai, meu Deus! O maior ícone do surto psicótico... As calças saruel...
O que é isso? Se o MC Hammer, na década de 80, cantando "You can't touch this" já era ridículo, como eu posso usar uma calça que além de não valorizar o meu corpo, me faz parecer que acabei de fazer cocô?
Moda? Pára o mundo, pois têm coisas que estão mais para surto psicótico!
Devem estar pensando que sou uma daquelas que xinga a moda, o imperialismo americano, que critica calorosamente qualquer tipo de consumo... Pó pára! Não, não!!! Sou mulher, pô! Amo um "tomara que caia", amo um salto agulha (e porque sei usá-los, já que existem mulheres que insistem em usar saltos altos e saem por aí andando que nem marrecas), amo maquiagens e perfumes.
Mas, tudo o que amo usar ou consumir, faço porque sei o que fica bem em mim, o que me faz sentir bem e não porque todo mundo está usando ou as revistas "Nova" ou "Claudia" disseram que é bonito, por isso que usei como exemplos essas cores de esmaltes e as tais calças saruel.
Perdoem-me as "antenadas", mas não conheço NINGUÉM que fique bonita com isso.
Claro que, por exemplo, uma roupa pode ficar linda numa mulher e horrível na outra. Como eu já antecipei lá em cima, tem que ter a ver com formato de corpo, estilo, cor de pele e até altura. Mas, têm coisas que deveriam ser proibidas pelo Ministério da Saúde!
Minhas queridas mulheres... Não sigam a moda cegamente! Ser escrava de qualquer coisa é indício de infelicidade latente!
Na dúvida do que usar, recorra aos clássicos: uma pele bem cuidada, cabelo bem tratado, um perfume gostoso, um pretinho básico...
E, se mesmo assim, ficar insegura, vista-se com o seu mais verdadeiro sorriso. Isso NUNCA sai de moda!
sábado, 9 de abril de 2011
Dor de cabeça 2 ponto 0
Sou de uma época bem diferente da de hoje (Oi? Tô saudosista hoje? Não, estou apenas concluindo).
Enfim, quando eu era mais nova, os relacionamentos entre "meninos" e "meninas" eram mais ou menos assim: o pessoal se paquerava na escola, eram olhares trocados na hora do recreio ou em algum intervalo entre as aulas, todas as amiguinhas sabiam desse affair e davam dicas de como se aproximar, risadinhas nervosas nos grupinhos femininos surgiam quando o menino passava. O pretendente passava, o coração quase saía pela boca, o corpo todo se estremecia, a cara ficava branca que nem papel... Resumindo: estar apaixonada platônicamente é algo que a ciência deveria estudar, pela capacidade dela de nos fazer ficar com cara de idiotas..
Eram noites e noites pensando no pretendente, horas intermináveis com as amigas no telefone tentando decifrar algo do tipo: "Ele estava olhando para você sim! Não era para o duende roxo que estava dançando macarena atrás de você!" ou "Ó, eu achei tão bonitinho que o terceiro pêlo do braço esquerdo dele se arrepiou quando você passou...".
É fato: mulher adora devanear e sempre fica insegura com esse tipo de coisa e, pior, precisa das amigas para confirmar esses devaneios.
O que restava? Esperar ansiosamente para que acontecesse uma "festa americana", que ele fosse convidado e CLARO que ele fosse à festa! (para quem não sabe, "festa americana" nada mais era que uma festa no playground de alguém, onde meninas levavam doce ou salgado e meninos levavam refrigerante).
Nessas festas tocavam músicas para dançar e já para o final tocava música lenta.
Aí começava a dor de cabeça: meninas coladas numa parede, meninos colados em outra. As meninas quase que infartando para o pretende vir convidá-la para dançar e os meninos super sem-graças torcendo para que algum deles puxasse o bonde de convidar logo uma menina...
E se o pretendente convidasse? Ui! Rostinho colado, dois passinhos para cá e para lá descordenados, um calor que subia pelo corpo e... Ah! O beijo...
Na segunda-feira seguinte, mais dores de cabeça: falo ou não falo com ele na escola? Falo com ele a lá "Diva nem aí" ou dou um "oi" simpático? Será que ele vai falar comigo? Será que ele gostou do meu beijo?
Se ele tiver gostado, a história já tinha um roteiro: ele ia convidar para ver um filme no cinema. Aquelas salas de cinemas antigas, enormes, deliciosas para namorar. Não importava se o filme era sobre o canto das baleias jubarte... O que realmente importava era outra coisa... Ai, ai!
E depois, mais dores de cabeça: a gente está ficando direto, será que estamos namorando? Será que ele vai me ligar?
Bom, muitas dessas dores de cabeça continuam atuando na rotina de relacionamentos amorosos e é uma delícia sentir isso, porque nos faz sentir vivos, só que agora surgiu uma coisa que serve como um peteleco num castelo de cartas: a tecnologia.
Hoje em dia se paquera via MSN com direitos aos tais "emoticons". Se ele entra ou não online, quanto tempo demora para te chamar (se é que chamará), se está só falando com você ou está com mais 5 janelas abertas conversando com outras.
A técnica de fazer charme também mudou: se ele escreve algo para você no MSN é de regra que você demore, pelo menos, uns 3 minutos para responder (o que parece uma eternidade para quem está do outro lado da tela), tem que ser dadas respostas curtas e soltas para parecer uma mulher independente. Não pode ficar online por muito tempo porque dá a impressão de disponibilidade exagerada...
Que coisa mais chata! Quer dizer então que quando quero sorrir tenho que pôs :), quando eu quero dar uma piscadinha de olho tenho que pôr ;), quando eu solto uma gargalhada tenho que pôr "hahahaha"?
Onde foi parar toda a magia do corpo a corpo? Do sorrisinho de canto de boca? Do brilho no olhar? Das bochechas rosadas de vergonha?
E o Facebook e Orkut? Mó pai! É de praxe fuxicar essas mídias para saber de quem ele é amigo, se tem alguma baranga dando mole, quais comunidades ele faz parte, o que ele tem postado, o que andam escrevendo para ele, se ele mudou a foto do perfil.
É de praxe também colocar frases com duplo sentido e rezar para que ele veja e vista a carapuça, postar músicas românticas para intrigá-lo, escrever que vai para a "night" para que ele pense que você não está esperando um contato... Criou-se então a Dor de Cabeça 2.0.
Se já não é fácil se relacionar, se já é difícil detectar algum sinal de interesse estando em frente à pessoa, imagina pelo computador?
Os defensores dessa tecnologia vão gritar "Mas tem web cam". Ah! Vão se catar! Desde quando é intrigante, prazeroso e gostoso paquerar alguém vendo-o teclar?
Eu tenho mídias sociais sim e gosto delas. Reencontrei amigos e amigas da escola que não via há tempos, recebo links interessantes, mas estou LONGE de achar bacana ser paquerada porque o cara me "cutucou" no Facebook, por que vi que ele anda visitando a minha página do Orkut ou por que ele me chamou no MSN. Isso dá uma margem de erro enorme: ele pode ter me "cutucado" no Facebook porque simplesmente é fácil clicar, ele pode estar visitando a minha página no Orkut porque "me pegou" e não tinha mais nada de interessante para se ver na internet naquele momento, ele pode ter me chamado no MSN simplesmente porque me viu online e não tinha mais nenhuma menina para conversar. Tô falando... Dor de cabeça 2.0.
Se não estamos protegidos de sermos mal interpretados, mesmo olhando no olho da pessoa, imagina lendo uma frase no MSN, Orkut, Facebook e afins... Se já é difícil afirmar o que a pessoa sente, ela estando ali do seu lado dia a dia, imagina se dá para afirmar isso ao ler uma frase quase "cabalística"colocada na internet.
E outra coisa insuportável é o Twitter. A pessoa ao longo do dia relata, no máximo em 140 caracteres, o que está fazendo.
Levando-se em consideração que muitas pessoas mentem o que estão fazendo só para parecem descoladas, cheias de amigos e compromissos... Tô fora!
O que era para unir as pessoas está afastando. Todo mundo meio robótico, distantes uns dos outros, com a cabeça cheia de minhocas interpretando o que foi escrito ou postado, tomando conta do que o outro anda fazendo pela internet...
Prefiro a minha dor de cabeça antiga. Ela, pelo menos, é mais real, paupável.
Ah! "Qué sabê"? Chega de postar, vou ali na sala ligar para meus amigos. Quem sabe rola um chopinho mais tarde? Hum...
Mas, se algum deles no meio da conversa e risadas, sacar um Blackberry para twitar, eu juro que rola um tapa, nem um pouquinho virtual..
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Não farei um minuto de silêncio e sim um post de desabafo
Essa figura que eu mesma fiz e coloquei acima, foi copiada da capa de um jornal impresso de hoje, aqui do Rio de Janeiro, chamado "Meia Hora". A capa do jornal não é exatamente essa, mas copiei a ideia, pois o jornal tratou de forma delicada - sendo ao mesmo tempo um soco no estômago - o massacre na escola ocorrido ontem aqui no Rio, no bairro de Realengo.
Procurei saber quem foi o responsável por essa capa - digna de prêmio - mas não o localizei. Caso desejem ver a capa original, o link é esse: http://one.meiahora.com/public/uploads/printcovers/08042011.pdf.
Caso não consigam vizualizar, basta ir no site "Meia Hora online": http://one.meiahora.com/
Ontem (dia 07/04) às 8h20 começava a rotina normal da Escola Municipal Tasso da Silveira, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os alunos e professores festejavam o aniversário de 40 anos da escola.
Wellington Menezes de Oliveira, ex-aluno da mesma escola, com 24 anos, entra em uma das salas dizendo que irá dar uma palestra. Munido de dois revólveres, ele dá início ao maior massacre já ocorrido no Brasil. Doze anjos desprotegidos são brutalmente assassinados. A tragédia só não foi maior, porque quando o atirador se dirigia para o 3º andar da escola, para fazer mais vítimas, ele se deparou com o policial Márcio Alexandre Alves, terceiro sargento lotado no Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV) que atirou em seu abdômen. Acuado, o atirador se suicida com um tiro na cabeça.
Doze anjos morreram precocemente, mas um anjo de farda conseguiu evitar mais mortes.
Nesse exato momento, enquanto tento escrever esse post, muitas mães e pais dessas crianças já enterram seus filhos ou estão prestes a enterrar. Existe dor maior do que a perda de um filho? Na minha opinião não, apesar de não ser mãe.
Não consigo tirar da cabeça a imagem da mãe ou pai na manhã de ontem, dando banho no filho, colocando o uniforme limpinho, cabelo penteado e se despedindo do filho(a) para ele ir à escola, para horas depois, esses mesmos pais estarem em prantos na porta da escola, desesperados, sem entender o que houve, esperando notícias para saber se o nome do filho(a) está na lista de mortos. É possível mensurar a dor que esses pais sentiram ao receberem a confirmação de que seu filho(a) está morto?
O meu intuito para construir esse blog foi para falar de "Lógica Feminina", toda a miscelânia que ocorre na cabeça de uma mulher, seus sentimentos e pensamentos, expôr assuntos, mas não poderia deixar passar em branco o que ocorreu ontem, apesar de eu não ter a pretensão de relatar notícias.
Mas, com o gancho da "lógica", fica a pergunta: Houve lógica no que ocorreu ontem?
Há lógica sim, não só para o ocorrido de ontem, mas para mais coisas...
Em um país:
- Onde se conseguir uma arma é a coisa mais fácil que existe;
- Onde o pai Alexandre Nardoni joga a sua filha Isabela da janela;
- Onde já ocorreram chacinas como as da Candelária e Vigário Geral;
- Onde cinco rapazes de classe média-alta de Brasília atearam fogo ao índio pataxó Galdino Jesus dos Santos;
- Onde Suzane Von Hitchofen premedita e executa com o namorado e o irmão deste, o assassinato a sangue frio dos pais;
- Onde um pai alcoolizado dirige em alta velocidade fazendo seu carro cair no rio que corta o Canal do Rio Morto, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, e mata a filha Crystal de 1 ano e 2 meses afogada;
- Onde homossexuais são agredidos verbalmente e fisicamente;
- Onde o Deputado Jair Bolsonaro (em seu sexto mandato consecutivo) sempre que pode dispara ofensas e absurdos sobre negros e homossexuais, inclusive vangloriando a Ditadura Militar, época essa onde ocorreram tantas mortes e torturas.
Sem esquecer do atentado às Torres Gêmeas, os homens-bomba, da mutilação de clitóris nas mulheres na África, dos pedófilos, das 12,9 milhões de crianças no mundo que morrem a cada ano antes dos seus 5 anos de vida por causa da fome, das 1 bilhão de pessoas que passam fome...
Ao ler tudo isso, pode-se achar que uma coisa não tem nada a ver com outra, mas na minha opinião tem sim. Os conceitos de humanidade e solidariedade estão a cada dia deixando de existir. Qualquer ato de bondade chega a gerar desconfiança. Eu e meu irmão fomos educados para sermos sensíveis à dor do outro e, hoje em dia, isso é sinônimo de ser babaca, otário.
"Eu lamento muito que têm crianças que morrem de fome no mundo. Eu lamento muito ao saber que mulheres são mutiladas na África. Eu lamento muito qualquer tipo de violência. Procuro nem assistir essas notícias, mas quando eu as vejo no Jornal Nacional, eu choro, apesar de logo depois eu estar assistindo a novela e apenas comentar o ocorrido em conversas de bar no dia seguinte, afinal o que mais importa é se uma ex-BBB vai ou não posar nua ou se a Gretchen está no seu 34º casamento" (ironia).
A maioria das pessoas se comovem, choram, ficam se perguntando o porquê de tanta violência, mas como num passe de mágica logo esquecem, afinal não foi nessas pessoas que a violência doeu.
A lógica é simples: o mundo está louco e têm muitas pessoas loucas. O que ocorreu ontem aqui no Rio nada mais é que a consequencia desses valores morais invertidos. Tudo, de certa forma, está interligado por um fio invisível de ganância, descomprometimento, arrogância.
Ainda bem que existem grupos (que ainda são minoria) que BERRAM contra o "estupro" à natureza, que BERRAM sobre a injustiça no mundo, que lutam, que colocam a mão na massa para construir um mundo melhor. Não adianta apenas decretar luto oficial, não adianta apenas fazer missas em homenagem aos mortos. É preciso ação, é preciso que haja um olhar de benevolência e real caridade na ROTINA de todos e não só apenas quando ocorre uma tragédia em grandes proporções.
Por exemplo, li por aí que Wellington Menezes de Oliveira (o assassino da tragédia de ontem), deixou uma carta com claros traços de psicose e esquizofrenia. Em 24 anos de vida ninguém percebeu isso nele? O que as pessoas têm a dizer sobre ele é que ele era apenas tímido e reservado? Se alguém tivesse percebido isso, essa tragédia poderia não ter acontecido?
É... Essa mania humana de olhar de maneira superficial o que acontece à volta...
Não posso dizer que estou de luto apenas pelo massacre de ontem na Escola Estadual Tasso da Silveira, estou de luto pelo Mundo e lamento diariamente por isso, pois sei que são atitudes simples que são capazes de transformar o mal em bem, o errado em certo.
Basta SEMPRE estar atento ao que acontece no nosso dia a dia, é não ter medo de ser carinhoso, é não achar que "uma andorinha só não faz verão", é abraçar, sorrir, beijar, ajudar, saber votar, ensinar sua prole a ter caráter, lutar, não ficar em silêncio diante de uma injustiça e...
Ter memória para que todo tipo de dor, violências, massacres, preconceitos de qualquer tipo, não caiam no esquecimento e por consequencia se tornem lugar-comum.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Martha Medeiros EVER!
Eu tenho verdadeira loucura por essa escritora gaúcha: Martha Medeiros.
É possível não se encantar com uma mulher que escreve de maneira tão profunda e linda sobre situações e sentimentos cotidianos?
Martha Medeiros lançou um livro? Já estou eu comprando! Martha Medeiros tem uma coluna dominical da Revista de Domingo do jornal O Globo? Já estou eu lendo! Martha Medeiros vai dar uma entrevista? Já estou assistindo!
Não há nada que ela tenha escrito ou dito que não servisse para minha refexão de vida. A maneira como ela escreve, de maneira tão magnânima, nos faz sentir próxima à ela. Parece que ela conhece e sabe descrever com docilidade sobre todos os nossos mais obscuros fantasmas e os transforma em uma filosofia perfeita, onde nos faz parar para pensar, mas não de um jeito cansativo e sim de maneira que me toca o coração.
Me faz viajar dentro de mim mesma.
Escolhi essa foto para ilustrar esse post sobre a minha "guru", porque ela está com fisionomia de sapeca, como se dissesse "Eu sei das coisas!".
Realmente, Martha!!! Você sabe das coisas!
De inúmeras citações maravilhosas que ela já deu, irei reproduzir a que melhor se encaixa no título do blog:
“Pelo o que me diz respeito: eu sou feita de dúvidas. O que é torto, o que é direito. Diante da vida. O que é tido como certo, duvido. Não minto pra mim. Vou montada no meu medo. E mesmo que eu caia, levanto em seguida, sou cobaia de mim mesma. No amor e na raiva, vira e mexe me complico. Reciclo, tô farta, tô forte, tô viva. E só morro no fim, mas antes vivo até a última gota. Para quem anda nos trilhos, cuidado com o trem! Eu por mim já descarrilho e não atendo a ninguém. Só me rendo pelo brilho daquele que vai fundo e que mergulha com tudo, pra dentro de si. Lá do alto do telhado pula quem quiser. Só o gato que é gaiato, cai de pé...”
É possível não admirar uma mulher como ela?
LOGICAMENTE que não!!!
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